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O Instagram é a terceira maior rede social do Brasil e a quarta no mundo. Com cerca de 2 bilhões de usuários ativos no mundo, aqui ela tem em torno de 113 milhões de contas. Ou seja: mais da metade dos brasileiros têm uma conta na rede. Não é pouco, convenhamos. O Instagram, assim como o Facebook, pertence a Meta, que também é dona WhatsApp, a maior rede social do Brasil. É mais que um monopólio, é uma dominação total.

O Instagram, assim como os irmãos Facebook e WhatsApp, nasceu pequeno e com pouca ambição. Virou uma febre e logo que começou a despontar, foi comprado por Mark Zuckerberg. Curiosa essa parte: todas as três redes começaram minúsculas. O Threads, nascido para suplantar o X (pra mim vai ser sempre Twitter), veio em berço de ouro. Nasceu rico e badalado e está virando um gigantesco fracasso. Você deve ter aberto uma conta no Threads. Mas duvido que acesse ela (é um porre mesmo).

Mas voltando ao Instagram: por que ele é tão popular? A resposta é simples: ele é rápido, objetivo e tem como foco o visual. Isso fez ele ser comprado por uma fortuna. Logo depois, foi tendo aprimorado seu algoritmo e, principalmente, virou um grande mercado para compra e venda de produtos, sem contar que o marketing gerado por suas publicações alcança valores estratosféricos. Dentre as redes da Meta, sempre me pareceu a mais segura: o bloqueio automático de conteúdos nocivos (como pornografia infantil e outras), com a denuncia as autoridades, fazem dela a rede “menos” nociva.

Entretanto, precisamos falar sobre a facebookização do Instagram: o fenômeno da rejeição dos usuários. Se a explosão da primeira rede da Meta parece estar diretamente ligada aos casos de suicídio após 2009, o Instagram certamente potencializa isso. Calcado nas imagens da vida perfeita, usuários comuns como eu e você não temos nem de perto o sucesso dos chamados influencers. Mas nós somos adultos, convivemos com o anonimato e a vida segue. As novas gerações não toleram frustrações e redes como o Instagram, mesmo com seus filtros que nos fazem parecer de cera, jogam no ventilador isso.

Além disso, o Instagram é um vetor de crimes virtuais. Desde a pandemia, explodiram casos de sextortion no Brasil e no mundo, crimes de extorsão baseadas em sexo. O Instagram não é uma rede para ler ou escrever, é uma rede para ver fotos e vídeos. E os criminosos, cientes disso, passaram a criar perfis fakes de jovens garotas para tentar relacionamentos com homens mais velhos (e a maioria casados), e partir daí explorar a possível exposição. Os lucros com esses golpes é muito alto, mas não é isso que interessa: há relatos de suicídios de homens acima de 50 anos por medo e vergonha que isso pode causar na sua família. E aí reside o grande problema no Instagram, ao menos para mim: a demora na requisição dos atendimentos a retirada de perfis do ar. O Brasil, embora um grande cliente da rede, não conta com o suporte que merece por aqui.

Além disso, temos relatos de contas “roubadas” de usuários, que são invadidas e partir daí a vida da pessoa vira um caos. Até conseguir recuperar, o invasor leu conversar, viu imagens, ofereceu produtos que não existem para vender, dentre outras muitas ações. Sim, uma simples ação de duplo fator de autenticação resolveria, mas o brasileiro é bem devagar quanto a entender a importância disso, por mais que se repita. Entendo de forma mais radical: o duplo fator deveria ser obrigatório a todos os usuários. Isso resolveria muitas dores de cabeça.

Para terminar: o Instagram é uma realidade, veio para ficar e não há como contestar. Porém, deve-se ter cuidados básicos, como uma senha alfanumérica com caracteres especiais, duplo fator de autenticação e, se a conta é pessoal, sempre privada. Quem não é seu amigo não tem que saber sua rotina. Gera menos engajamento? Óbvio. Mas sua segurança vale mais que isso, acredite. Ah: vá nas configurações e veja tempo gasto. Se passou de 30 minutos diários e você não trabalha com isso, reveja suas prioridades. A vida de verdade está longe da perfeição do Instagram.


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