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O Brasil foi o 5º país do mundo que mais sofreu com crimes cibernéticos, em 2021. Para intensificar a repressão a esses delitos, a Polícia Federal inaugurou, nesta terça-feira (28), a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos (UEICC). A iniciativa é um dos pontos da parceria público/privada proposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para promover a troca de informações em busca de resoluções mais rápidas e prevenção contra crimes cibernéticos.

“A inauguração dessa unidade representa o fim de um ciclo e o começo de muito trabalho. Tive a oportunidade de acompanhar o início dessa iniciativa integrada com a Febraban, em 2021, para reprimir essa modalidade de crime silencioso, mas extremamente danoso para a sociedade, principalmente, a população que desconhece o acesso a serviços virtuais, como os idosos”, afirmou o Secretário Executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Brigadeiro Antônio Lorenzo.

O lançamento da UEICC faz parte da Semana Nacional de Segurança Pública comemorativa ao Bicentenário do MJSP. No período de 27 de junho a 1º de julho, o Ministério entrega à sociedade uma série de programas e iniciativas na área da segurança. Confira a programação.

Combate a crimes virtuais

Além de crimes cibernéticos relacionados a instituições bancárias, a UEICC irá intensificar a repressão a diversos outros crimes praticados no ambiente virtual, como a pornografia infantil, contra instituições públicas, setor varejista, operadoras de telefonia, telecomunicações, entre outros.

De acordo com o Diretor-Geral da PF, Márcio Nunes, o órgão já vem combatendo esses crimes por meio dos rastros que os criminosos deixam e procedido com a responsabilização dos autores a partir de investigações. “A implantação dessa nova unidade já vinha sendo concebida na Polícia Federal pelos meus antecessores e segue as diretrizes do Ministério da Justiça e Segurança Pública de atuar de forma integrada com outras instituições. A gente acredita nesse método de atuação e conjugação de esforços. Tenho certeza que essa parceria será bem-sucedida”, ressaltou.

Fraudes bancárias

O presidente da Federação Brasileira de Bancos, Isaac Sidney, afirma que o setor bancário tem sido alvo de criminosos cibernéticos. Ele revelou que, nos últimos dois anos, as tentativas de fraudes bancárias somaram R$ 8 bilhões. Desse montante, os criminosos tiveram êxito em R$ 2 bilhões em fraudes e na aplicação de golpes em clientes, depositantes e investidores.

Segundo Sidney, anualmente são realizadas cerca de 100 bilhões de transações bancárias. Desse total, 80 bilhões são feitas por meios digitais e apenas 3%, através de instituições físicas. “Com a digitalização da indústria financeira e transações bancárias, a criminalidade migrou das estruturas físicas como a explosão a caixas eletrônicos e agências bancárias para a aplicação de golpes por meio virtual na população. Por isso é fundamental que o Estado tenha uma estrutura como essa [a UEICC] para reprimir esses crimes”, disse.

A Federação Brasileira de Bancos criou um laboratório que simula ataques cibernéticos para conter fraudes e já capacitou mais de quatro mil colaboradores. São esses dados de ataques que a instituição irá compartilhar com a Polícia Federal, por meio de Acordo de Cooperação Técnica assinado, em março, para que seja intensificado o combate a esses crimes.

MP / DB

Marcelo Barros
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente sou o editor-chefe do Defesa em Foco, revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança. Em parceria com o guerreiro cibernético Richard Guedes, administramos o portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética, com parceria estratégica com o Instituto CTEM+ (www.ctemmais.org). Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).