blank

blank

Uma investigação do grupo de inteligência cibernética Cyberint, junto com o jornal britânico Financial Times, aponta uma rede crescente de hackers compartilhando vazamentos de dados no Telegram, popular plataforma de mensagens, muitas vezes em canais com dezenas de milhares de assinantes, atraídos por sua facilidade de uso e moderação leve. Com isso, o aplicativo tem se tornado uma alternativa à dark web — sites ocultos acessados por softwares de anonimato — para criminosos cibernéticos.

O levantamento aponta um aumento de mais de 100% entre os cibercriminosos e acontece em meio a uma migração de usuários para o Telegram no início deste ano, depois que mudanças na política de privacidade do WhatsApp levaram muitos a buscarem alternativas. Links para grupos ou canais do Telegram compartilhados dentro de fóruns na dark web saltaram de 172 mil em 2020 para mais de 1 milhão em 2021.

blank
Anúncio para venda de dados postados em grupo Telegram (Reprodução)

A plataforma que permite a criação de canais, grupos e compartilhamento de arquivos pesados tem mais 500 milhões de usuários ativos e ultrapassou 1 bilhão de downloads em agosto, de acordo com dados da SensorTower. Esse crescente uso pelo submundo pode aumentar a pressão sobre a plataforma sediada em Dubai para reforçar sua moderação de conteúdo.

Canais públicos são usados para hackers venderem grandes bancos de dados com milhares de usuários e senhas. Um intitulado “Combo List Gaming HQ” ofereceu 300 mil e-mails e senhas supostamente úteis para hackear plataformas de videogame como Minecraft, Origin ou Uplay. Outro pretendia ter 600 mil logins dos serviços do grupo russo de Internet Yandex, outros para Google e Yahoo. O Telegram excluiu o canal na última quinta (16) após contato do Financial Times.

blank
Anúncio para venda de dados postados em grupo Telegram (Reprodução)

Outros tipos de dados comercializados incluem informações de cartões de crédito, cópias de passaportes e credenciais de contas bancárias, também a aponta a pesquisa. Essas descobertas trazem mais dúvidas em relação às políticas do aplicativo, que já foi alvo de críticas no passado por ser menos firme com esse tipo de conteúdo ilegal.

Em nota, o Telegram disse que “tem uma política para remover dados pessoais compartilhados sem consentimento” e que, a cada dia, sua “equipe cada vez maior de moderadores profissionais” remove mais de 10.000 comunidades públicas por violações de termos de serviço após relatórios de usuários.

Fonte: Arstechnica e Tudo Celular


Descubra mais sobre DCiber

Assine para receber os posts mais recentes por e-mail.

Marcelo Barros
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente sou o editor-chefe do Defesa em Foco, revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança. Em parceria com o guerreiro cibernético Richard Guedes, administramos o portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética, com parceria estratégica com o Instituto CTEM+ (www.ctemmais.org). Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).