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O governo ucraniano pretende integrar sua brigada de hackers voluntários, o IT Army of Ukraine, às Forças Armadas por meio de uma nova lei. Criado pelo ministério da Tecnologia Digital da Ucrânia em março de 2022, após a invasão do país pela Rússia, o grupo de hackers tem a missão de perturbar as infraestruturas informáticas da Rússia e do Belarus. Com a nova lei, o governo ucraniano quer tornar legais os ataques dos hackers amadores contra a Rússia. No entanto, a proposta de recrutar hackers amadores para o exército digital ucraniano tem gerado críticas, pois pode ter consequências dramáticas para os usuários, além de apresentar riscos para as infraestruturas digitais do país.

Finlândia e Estônia são os únicos países da União Europeia que possuem cyberforces, compostas por reservistas estrangeiros para apoiar seus exércitos em caso de ataques de hackers. Já a França preferiu constituir unidades militares altamente especializadas para vigilância de redes ou realização de represálias digitais em caso de ataque importante contra infraestruturas informáticas essenciais.

A mobilização do exército digital ucraniano ocorreu poucos dias após a invasão do país pela Rússia e recrutou mais de 200.000 “hacktivistas” de todo o mundo. Entretanto, recrutar grupos de hackers amadores no exército pode ser uma má ideia, de acordo com Daniel Bancal, fundador do site especializado em crimes cibernéticos e cibersegurança, Zataz.com.

Riscos e consequências das ações de hackers amadores

Bancal alerta para os riscos de fornecer a hackers amadores recursos de máquinas e conexões sem nenhum meio de controle, o que pode ter consequências dramáticas para o usuário e para as infraestruturas digitais do país. Além disso, os amadores que bancam os cibersoldados da sala de casa precisam entender rapidamente que a guerra na Ucrânia, ainda que digital, não é um videogame. O site Zataz já identificou centenas de grupos de hackers amadores que se envolveram em ações de ciberguerrilha, alguns deles declarando agir em nome da Ucrânia, Rússia ou China, mas é impossível determinar com certeza em nome de qual lado operam.

A Rússia considera promulgar uma lei semelhante à da Ucrânia, que visa legalizar a “piratagem patriótica” realizada por diversos coletivos pró-russos para intimidar instituições de estado da Europa e dos Estados Unidos. No entanto, é importante destacar que essas ações, da Rússia ou de outros países, não tiveram sucesso até agora.


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Marcelo Barros
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente sou o editor-chefe do Defesa em Foco, revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança. Em parceria com o guerreiro cibernético Richard Guedes, administramos o portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética, com parceria estratégica com o Instituto CTEM+ (www.ctemmais.org). Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).